Neste sábado (6), os irmãos Caetano Veloso e Maria Bethânia se encontram no palco do Caldeirão com Mion para o Especial Setlist Caetano & Bethânia, que celebra a cumplicidade, a trajetória dos artistas e, principalmente, a música.
Os filhos de Dona Canô (1907-2012), nascidos na década de 1940, em Santo Amaro, na Bahia, falam sobre a turnê que estreiam juntos em agosto, relembram momentos importantes de suas carreiras e são homenageados por diversos artistas presentes na plateia. Nomes como Regina Casé, Fátima Bernardes, Claudia Ohana, Dira Paes, Mart’nália, Andreia Horta, Maria Ribeiro, Rita Batista, Sandra Annenberg, entre outros talentos e fãs, participam desta homenagem, assistindo e revivendo memórias dos ídolos.
Durante a gravação, além de experenciar as performances destes dois grandes artistas, o público testemunha ainda o grande carinho que existe entre os irmãos.
“Esse último disco dele me tocou muito. Quando eu ouvi fiquei deslumbrada e falei para ele que era muito próximo de mim e muito comovente. Tem muita potência e muita dramaticidade, somada a uma voz e a um autor extraordinário. Tinha toda a suavidade e uma potência musical que me arrebatou”, diz Maria Bethânia sobre Meu Côco, o mais recente trabalho autoral de Caetano.
Já o cantor não disfarçou o orgulho de ter seu trabalho reconhecido pela irmã mais nova: “Foi uma surpresa para mim a reação de Bethânia ao álbum ‘Meu Côco’. Ela ouviu o disco e ficou impressionada. Depois foi ver o show, e foi mais de uma vez (risos). Fora do comum. Fiquei super orgulhoso, ela falava com entusiasmo”, disse Caetano.
Os convidados presentes fizeram diversas declarações emocionada sobre a dupla, e amigos como Gilberto Gil, Alcione e Djavan enviaram mensagens exibidas no programa. Mas o vídeo que mais os tocou foi uma gravação de Nicinha Veloso interpretando a música Alguém Cantando. A irmã mais velha foi uma grande influência para os dois e sempre os cuidou. Ela foi adotada por Dona Canô aos 3 anos. Nicinha morreu em 2011, aos 83 anos, e segundo Caetano ela era a mais musical dos oito irmãos.
No disco Qualquer Coisa (1975), Caetano gravou uma música chamada Nicinha, em que diz: ‘Se algum dia eu conseguir cantar bonito, muito terá sido por causa de você, Nicinha’.
“Ela cantava lindamente. Fora ela ser a primeira [dos irmãos], ela veio cuidando de mim a vida toda. Dentro do meu camarim, dentro da minha casa. É uma relação muito forte e de muita confiança mútua. Eu sinto muita falta e saudade dela. E agora ouvindo, assim, ela menina cantando com Caetano fiquei muito emocionada. É lindo!”, afirmou Bethânia.
Na plateia, a jornalista Sandra Annenberg e sua filha, Elisa Annenberg, não esconderam a emoção ao assistirem Caetano cantando o clássico Leãozinho, música de sua autoria. As duas em lágrimas relembraram momentos da infância de Elisa em que a mãe cantava esta canção para ela.
Sandra relembrou ainda como virou fã dos irmãos e que passou esse amor para sua filha: “Eu acho que esse é um amor que passa de geração em geração. Minha mãe me apresentou Caetano e a minha ‘boadastra’ me apresentou Bethânia. Eu demorei muito tempo para descobrir que eles eram irmãos (risos). E eu acho que passei esse amor pra Elisa. Acho muito lindo, não só essa herança musical, mas o Mion trazer esses nomes para mostrar para todas as gerações: para as que já os conheciam e agora podem vê-los nesse palco; e para as novas que são mais jovens. Caetano e Bethânia são eternos, isso é muito importante”.
O Caldeirão com Mion vai ao ar nas tardes de sábado na TV Globo.