Na última quarta-feira (31), o disco de estreia do Barão Vermelho foi relançado em vinil pela Rocinante Três Selos. A nova edição traz duas faixas inéditas assinada pela dupla Cazuza e Frejat e outras novidades.
Barão Vermelho, o disco, foi lançado em 27 de setembro de 1982, exatamente um dia após o lançamento do primeiro álbum da Blitz, As Aventuras da Blitz, que trazia o mega hit Você não soube me amar. Arthur Dapieve em seu livro BRock: o rock brasileiro dos anos 80, considera o Barão Vermelho o primeiro porta voz de sua geração e a primeira banda do BRock, o novo rock brasileiro que chegava ao disco naquele início de década. Segundo Dapieve, a espontaneidade era a maior qualidade do disco de estreia do Barão, onde cinco jovens aproximavam sua música de seus companheiros de faixa etária — algo que a Blitz não fazia, simplesmente por contar com músicos mais experientes.
“É um disco sem muita qualidade técnica. Éramos inexperientes, em termos de estúdio, além de ter sido gravado às pressas. Porém, é um disco do qual todo o grupo gosta. Ele possui uma energia difícil de se captar em estúdio, além da nossa própria inocência. Todo mundo era muito novo”, explicava Frejat na revista Bizz em 1987, cinco anos após o Verão do Rock de 1982, quando “o rock deu uma blitz na MPB”, como definiu Gilberto Gil.
“Nunca me esqueço de quando ouvi as primeiras gravações do disco inaugural do rockBrasil: Barão Vermelho. Até hoje sei a emoção que senti. Foi um impacto tão forte que esse álbum ficou para sempre como o meu favorito do novo rock brasileiro. A ousada gravação em poucos dias e o lançamento desse disco representam um dos acontecimentos mais luminosos e fecundos da música popular moderna do Brasil. Barão Vermelho é um dos discos do meu coração”, afirmou Caetano Veloso.
Entre defeitos e virtudes, Barão Vermelho e seu “som polaroid”, como dizia o release oficial do álbum, captaram um momento mágico da juventude brasileira, uma galera que bradava por um Brasil colorido, livre das amarras da caretice e do governo militar, mas não obrigatoriamente mais feliz. Cazuza cantava o blues como ninguém da sua geração, escrevia em modo samba-canção e não se considerava um poeta, apenas um letrista para divertir o povo, abusando dos paradoxos entre a festa e a fossa. Seja matando a sede na saliva, ou transformando o tédio em melodia, o Barão Vermelho iniciou sua longa trajetória imortalizando todo amor que houver nessa vida.
Vale lembrar que a edição Rocinante/Três Selos é em vinil vermelho 180g e inclui duas faixas bônus, capa dupla, pôster A3, flyer, release, envelope com letras e texto do jornalista e escritor Bento Araujo, autor da série de livros Lindo Sonho Delirante.
Barão Vermelho é confirmado na edição de 40 anos do Rock in Rio
Uma das únicas bandas (ao lado dos Paralamas do Sucesso) que estava na edição inaugural do Rock in Rio, o Barão Vermelho foi convidada para participar da edição comemorativa de 40 anos do festival.
A banda tocará no dia 15 de setembro na abertura do Palco Sunset, com a formação que está na estrada desde 2017 composta Guto Goffi (bateria), Maurício Barros (teclados e vocais), Fernando Magalhães (guitarra, violão e vocais) e por Rodrigo Suricato (voz, guitarra e violões). Será o show de lançamento da nova turnê do grupo.
O Barão Vermelho também prepara um novo single para ser lançado ainda este ano. Além disso fechou uma parceria com a empresa SUNOR, que vai cuidar do merchandising e lançar vários produtos com a marca da banda.