Após dois anos de lutas jurídicas, o rapper Kanye West e a designer de sapatos alemã Adidas finalmente chegaram a um acordo. Nesta Terça-Feira (29), durante uma conferência digital com jornalistas, o CEO da marca, Bjorn Gulden, advertiu que “Não há mais problemas entre nós” e que “Não há mais dinheiro flutuando entre nós”.
“Tivemos momentos de tensões em relação a muitos problemas, e chegou uma hora que ambos os lados decidiram que não deveríamos mais lutar um com o outro”, continuou o CEO durante a ligação. “A briga com Kanye West pertence ao passado, quando você tem conflitos como esse, você toma provisões, e você tem opiniões legais, e então tem negociações que chegam a acordos, e isso é o fim disso. Ninguém deve mais nada a ninguém. E o que quer que tenha acontecido, agora é história.”, Concluiu Gulden.
West e a Adidas tem uma história antiga, em 2014, a marca e o cantor entraram em uma parceria para o lançamento de uma coleção exclusiva. O resultado foi a linha Yeezy, sucesso tão grande que levou Kanye West ao estado de Bilionário.
Porém, após Kanye realizar uma série de comentários anti-semitas em 2022, a parceria entre a marca e o cantor foi anulada. Na época, Adidas citou que os comentários do artista foram “Inaceitáveis, odiosos e perigosos”, acrescentando que a empresa “Não tolera discursos anti-semitas ou qualquer tipo de discurso de ódio”.
Um ano após o caso, Gulden defendeu o artista, citando que “Foram comentários muito infelizes, porque eu não acho que ele quis dizer o que disse e eu não acho que ele seja uma pessoa ruim – mas acabou soando desse jeito”.
Ao podcast In Good Company, o CEO comentou lamentou, “Nós perdemos um bom negócio. Uma das colaborações mais bem-sucedidas da história, foi bem triste. Mas, quando você trabalha com terceiros, isso é sempre uma possibilidade, é parte do jogo. Isso pode acontecer com atletas, como pode acontecer com famosos. É parte da indústria”.
O fim da colaboração entre Kanye West e a Adidas deixou a empresa com quase 1,2 bilhões de euros em estoques de itens da linha Yeezy. Desde então a empresa tem vendido esse estoque em grandes lotes, e doado todos os lucros para diferentes ONGs, incluindo uma da própria empresa que a destina para iniciativas anti-discriminatórias.
A expectativa é que, até o final do ano, a empresa venda os últimos itens da linha. O anúncio sobre o fim da briga jurídica entre os dois partidos ocorreu na reunião de apresentação de resultados do terceiro trimestre da empresa.
Relembre a polêmica que fez Kanye West perder contratos bilionários.
Em Outubro de 2022, o cantor em uma série de controvérsias após realizar uma série de comentários polêmicos. O caso começou na Semana de Moda de Paris 2022, onde o artista e seus modelos caminharam na passarela usando roupas estampadas com o slogan “Vidas Brancas Importam”, frase comumente usada por supremacistas brancos e considerada como discurso de ódio pela Liga Antidefamação.
Alguns dias depois, o cantor teve sua conta na plataforma X bloqueada, e seu Instagram restringido, por postar conteúdos anti-semitas na plataforma. No X, Kanye West postou “Eu estou um pouco sonolento agora, mas quando eu acordar eu vou entrar no modo Defcon 3 em relação a pessoas judias”. Defcon 3 é uma referência ao sistema de nível de ameaça da nação usada pelo exército norte americano, o nível 3 foi ativado pela última vez durante os ataques do 11 de Setembro.
Ainda no tweet, Kanye West diz que “A parte engraçada é que não tem como eu ser anti-semita, porque pessoas negras também são judias, e também, vocês já sacanearam demais comigo, e tentam excluir qualquer um que vai contra a agenda de vocês”.
No Instagram, o cantor foi restringido após realizar um post anti-semita onde o ele alude ao fato que o rapper P. Diddy na verdade é controlado por pessoas judias.