O negócio do mercado musical em nível global começa a gerar preocupações em um horizonte não muito distante. De acordo com um relatório recente da Midia Research, o mercado fonográfico global já dá sinais de desaceleração e a empresa já dá como certo um tímido crescimento de apenas 1,6% até 2030.
O que estaria incluído neste negócio? Vários itens, como produtos físicos que incluem vinil, CD’s e fitas cassete, além do streaming.
No blog da Midia Research, em um artigo assinado por Tatiana Cirisano, observou-se que “as vendas não oficiais de produtos estão corroendo o mercado”.
“De forma alarmante, cerca de um quarto dos comportamentos de compra de produtos são separados da indústria musical. Isso ocorre porque eles vêm de fornecedores não oficiais, como produtos feitos por fãs e páginas do Etsy, ou do mercado de segunda mão”, continua explicando Cirisano.
E alerta: “Com a ênfase atual na monetização do fandom, as gravadoras correm o risco de ‘colheita excessiva’ do fandom — retirando esse recurso a ponto de haver menos para regenerar no futuro”.
A Midia Research acredita, de acordo com o artigo, que artistas e detentores de direitos podem transformar isso em uma oportunidade ao colaborar com esses fãs e vendedores não licenciados.
Enquanto isso, mercado musical brasileiro bate R$ 1 bilhão em direitos autorais
Enquanto há incertezas no horizonte, o mercado musical brasileiro bateu, no mês de agosto, a marca de R$ 1 bilhão em direitos autorais distribuídos para compositores, músicos e demais artistas nacionais e estrangeiros que tiveram suas músicas tocadas no país.
Os números são do Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição) e consideram o acumulado de distribuição de valores dos oito primeiros meses de 2024.
A instituição já havia ultrapassado essa marca nos anos de 2017, 2022 e 2023. Diferentemente dos anos anteriores, o primeiro bilhão em direitos autorais em 2024 foi alcançado a quatro meses do fechamento anual. Isso foi possível em razão dos segmentos de rádio, TV aberta e streaming de vídeo que, juntos, somaram 47% dos valores distribuídos.
A previsão da instituição para este ano no mercado musical é distribuir um total de R$ 1,5 bilhão em direitos autorais para a classe artística.
O Ecad é uma instituição privada, sem fins lucrativos e a única no Brasil responsável por arrecadar e distribuir direitos autorais de execução pública musical.