O governo do Reino Unido publicou uma resposta a um relatório sobre o Remuneração do Criador divulgado no inicio de 2024 pelo comitê parlamentar de cultura, mídia e esporte incluindo uma que solicitar uma “reforma fundamental do streaming de música com um pacote de medidas projetadas para fazer o streaming funcionar para todos”.
Por sua vez, o governo britânico transferiu esse atributo para a indústria musical por meio dos grupos de trabalho criados pela gestão anterior.
“A visão atual do governo é que a melhor maneira de abordar as preocupações dos criadores sobre remuneração na música é por meio do diálogo dentro da indústria e, quando apropriado, ação liderada pela indústria”, disseram Sir Chris Bryant MP e Feryal Clark MP, representando a atual gestão do Reino Unido.
Ambos os executivos “reservaram o direito de considerar medidas alternativas, se necessário”. Ou seja, se o grupo de trabalho sobre remuneração terminar em impasse, eles enfatizam que ““é importante que o Grupo de Trabalho tenha a oportunidade mais ampla de explorar questões de remuneração, sem prejulgar quaisquer resultados possíveis”.
A carta também manifestou sua recusa a dar mais espaços no grupo por representantes de músicos e deixou claro que os gestores do governo rejeitam intervir e dar aos compositores e editores uma parcela maior dos royalties de streaming.
Streaming: artistas do século 21 lideram o mercado de música gravada no Reino Unido
Os novos artistas do século 21 estão liderando o mercado de música gravada do Reino Unido, com quase três quartos dos 100 maiores sucessos de 2022, revela uma nova análise da British Phonographic Industry (BPI), que representa as empresas fonográficas da região britânica.
Liderada pelo megahit As It Was de Harry Styles, a lista com as músicas mais ouvidas da década de 2020 representa 72% das 100 faixas mais escutadas de 2022 no Reino Unido.
Ou seja, quase quatro em cada cinco transmissões geradas pelas 15 mil faixas mais tocadas do ano, foram para músicas lançadas após a virada do milênio e mais um quarto para músicas dos últimos dois anos.
De acordo com os dados do anuário All About The Music da BPI, a música produzida no século 20 representou apenas um quinto dos streams de 2022, enquanto que menos de 5% dos streams foram para faixas dos anos 1970 e apenas 2,6% para lançamentos dos anos 1960.
Dos anos 1980, apenas a faixa Running Up That Hill, gravada por Kate Bush em 1985 figura no TOP 20 do final de 2022.
Na mesma base de dados da BPI para o relatório All About The Music, foi identificado que as faixas mais tocadas na década de 2010 no Reino Unido foram Location de Dave e Burna Boy, Shape Of You de Ed Sheeran, Shotgun de George Ezra, Watermelon de Harry Styles e Someone You Loved de Lewis Capaldi. Todas elas entraram para o TOP 100 da referida década.
A popularidade duradoura dessas músicas destaca um dos principais benefícios da dinâmica do streaming para os artistas: um novo lançamento bem-sucedido pode resultar em uma demanda contínua de longo prazo por meio de reproduções repetidas e um público que cresce implacavelmente com o tempo.
Este ambiente digital continuará gerando novas receitas adicionais para estes artistas, ao contrário da venda de um download ou produto físico em que a receita é gerada apenas uma vez, no site onde os aficcionados por música compram.
Uma tendência notável que apresenta esta análise da BPI é o tempo que uma faixa pode levar para atingir seu pico comercial após o lançamento. Para se ter um exemplo, um artista conhecido como Cat Burns lançou seu single de estreia Go em julho de 2020. Ele não havia ainda alcançando o pico da Official Singles Chart até junho de 2022, permanecendo na segunda posição.
Faixas com mais de um ano são atualmente definidas pelos players de mercado (gravadoras e selos) como catálogo.
Go terminou como a terceira faixa mais tocada no Reino Unido apenas em 2022, ficando atrás do megahit As It Was de Harry Styles e Bad Habits de Ed Sheeran. Ou seja, permanecendo nas plataformas digitais, seu apelo musical dura muito mais tempo.