Zeca Pagodinho, um dos maiores nomes do samba brasileiro, tem muito a comemorar em 2024. Aos 65 anos, o sambista celebra quatro décadas de carreira repletas de sucessos e prêmios, mas o que mais importa para ele neste momento é a chegada do sétimo neto. “Quero mais é colocar um colchonete na sala e ficar no meio de todos eles”, revela o cantor, que pretende desacelerar a rotina para aproveitar mais tempo com a família.
Um dos maiores nomes da história do samba, está comemorando, em 2024, 40 anos de carreira em uma turnê especial que tem sido um verdadeiro sucesso, sempre com ingressos esgotados.
A turnê Zeca Pagodinho 40 Anos leva o público a uma viagem musical repleta de sucessos que marcaram época, além de grandes clássicos de seu repertório, que compõem a riqueza do samba. Essa tour especial é um testemunho do legado duradouro de Zeca Pagodinho na música brasileira. Sua contribuição para o samba transcende gerações e esta celebração promete ser um capítulo inesquecível na história da música brasileira…
Zeca Pagodinho: do Cacique de Ramos ao estrelato
Natural de Xerém, na Zona Norte do Rio de Janeiro, Zeca Pagodinho teve sua origem musical marcada pelo pagode no Cacique de Ramos, tradicional reduto de samba. Lá, na década de 1980, foi descoberto pela madrinha Beth Carvalho, que o impulsionou ao sucesso ao gravar sua composição Camarão que Dorme a Onda Leva. A canção marcou a estreia de Zeca como compositor no disco Suor no Rosto (1983).
Apesar de sonhar em ser apenas compositor, Zeca foi surpreendido por Beth, que o colocou em um palco durante um de seus shows. “Ela me jogou no palco”, relembra com bom humor. O episódio abriu caminho para sua participação no programa Fantástico, onde cantou ao lado de Beth, tornando-se uma figura reconhecida no cenário musical. Desde então, Jessé Gomes da Silva Filho, nome de batismo de Zeca, tornou-se sinônimo de samba e autenticidade.
Além do sucesso nos palcos, Zeca carrega um profundo compromisso social. Por meio do Instituto Zeca Pagodinho, o cantor oferece oportunidades para mais de 350 crianças, que aprendem música, artesanato, informática e outros conhecimentos.
“Se cada um que pudesse fizesse um pouco, faria uma grande diferença”, afirma o sambista, que nunca esquece suas raízes e os valores familiares transmitidos em sua infância.
A discografia de Zeca inclui clássicos como Deixa a Vida Me Levar, Verdade, Vai Vadiar e Judia de Mim, que atravessam gerações. Para ele, o segredo do sucesso é simples: “Tem que ser música boa”. Embora reconheça as mudanças na indústria musical e a força dos algoritmos, ele confia em sua intuição para criar.
“Não entendo disso, tenho uma equipe que cuida dessa área”, confessa o artista que prefere aproveitar os momentos com seus netos a navegar pelo mundo digital.
Enquanto celebra sua resistência, Zeca compara sua trajetória ao próprio samba, que, como dizia Nelson Sargento, “agoniza, mas não morre”. Ele reflete sobre o impacto do gênero na cultura brasileira e se orgulha de ser um dos responsáveis por mantê-lo vivo.
“O samba está sempre aí, né?”, resume, com a serenidade de quem confia na força da sua arte.
Djenifer Henz – Supervisionada por Marcelo de Assis